quinta-feira, 28 de maio de 2009

Eco


Acordou tarde. Pensou que seria a solução não ver a noite se esvaindo. Era preciso mais, mais alguma coisa para esquecer. Sabia sobre o seu sentimento: tristeza não era. Um aperto no peito, algo que doía. Talvez, tristeza sim. Mas pouquinha. Depois do susto, da confusão de pensamentos, seu corpo aguentava as consequências. Fisicamente. A dor vinha, dançava e permanecia por alguns momentos. Respirava uma vez profundamente, ela voltava fazendo-o curvar sobre si mesmo. Sabia sentir esse peso, mas não gostava. Queria se livrar de tudo, mas o tempo era curto. Curto demais! Sonhava com o grito. O grito libertador! O grito, o grito!

domingo, 17 de maio de 2009

Inusitados


Com os olhos brilhantes, ele se esteira no vão da porta. Olho-o dos pés à cabeça como costumeiramente faço com todos que observo. Sua força é o que mais salta aos olhos me atingindo como um soco seco e oco.
Ele retribui meu olhar com um falso alegre sorriso. Insano! Como ousa me desafiar, julgando-se superior a mim, a meus atos, meus complexos, meu desmazelo? Ah... minha paciência está chegando próxima ao basta-me! Tolo! Não vê que te amo? Mas o amor tem seus limites ou, talvez por não tê-los, é confundido e misturado com tantos outros sentimentos.

É de manhã!


Ter certeza dos momentos que viverei e presenciá-los antes mesmo de tudo acontecer é uma forma de certamente vivê-los um dia. Alimentar esses sonhos é algo delicioso de sentir. Totalmente excitante.

Fuga


Dentro daquela sala, direcionava seu olhar para um orifício retangular disposto verticalmente na porta, acima da maçaneta. Havia ali, no lugar da madeira, vidro. Era através deste vidro que percebia o mundo exterior àquela ilha de edição.