terça-feira, 18 de maio de 2010

Em cena


Iniciava toda manhã a sua farsa. Nada mais o tirava desse caminho. Sua consciência às vezes tentava em vão convencê-lo a revelar-se. O plano era sempre o mesmo: o jogo do faz de conta. Um fingimento incapaz de se manter sem a companhia de uma invisível máscara negra. Sim, era negra porque ela escurecia todos seus pensamentos e objetos observados. Era fina como feita de filó de véu. Ele via a escuridão e lutava para se guiar através dela.